top of page

A culpa é das estrelas

  • Larissa Fernandes Menegatti
  • 31 de jul. de 2016
  • 1 min de leitura

Quando criança ficava imersa contemplando o céu carregado de estrelas. Não tinha wifi, nem smartphone, apenas lápis e caderno em mãos.


No terreno atrás da casa da minha avó não havia poste de luz elétrica, e isso era fantástico porque proporcionava uma noite naturalmente dela. De vez em quando me debruçava a olhar e contar as estrelas...minha avó profetizava o nascimento de verrugas nos dedos. Mas nada disso acontecia, a não ser debruçar-me ainda mais sobre elas.


Isso me inspirava a descrever belezas. Belezas de fora que a paisagem externa me presenteava e belezas de dentro da alma que me era possível ver e tocar com o silêncio fecundo da noite...nobremente profunda e esbelta.


Nesse tempo era raro ouvir falar de Deus, mas eu o via/ouvia dentro e fora de mim. Aprendi a buscá-lo apaixonadamente nas entrelinhas da minha vida, nos fatos do mundo...como uma raridade cada vez mais desejável de ser conhecida.


E com o passar do tempo, de duas décadas, me tornei teóloga.

Mas sinto que já era antes, bem antes do momento acadêmico, bem antes de pedir o meu batismo aos 12 anos. Sinto que as primeiras aulas foram nessas noites a céu aberto em que Ele me falava pelas estrelas. E eu o via e ouvia com a pureza de uma criança encantada com o amor de Deus.



 
 
 

Comments


Destaque
Tags
bottom of page