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Maria, Arca da Aliança: sentido bíblico e significado espiritual

  • Larissa Fernandes Menegatti
  • 11 de abr. de 2016
  • 2 min de leitura


O nome da nossa comunidade surgiu de um dos títulos da ladainha de Nossa Senhora: Arca da Aliança. Seu significado bíblico traz o sentido da nossa vocação e do nosso carisma: ser no mundo um sinal da Presença de Deus. Após a conclusão da Aliança no monte Sinai, Deus manda construir uma arca de madeira de acácia revestida de ouro por dentro e por fora (Ex. 25,10-16). Dentro dela são depositadas as Tábuas da Aliança, da Lei. A sacralidade da arca no Antigo Testamento está no fato dela carregar a Aliança de Deus com o seu povo, sinal vivo de sua presença.


A Arca da Aliança é sinal de um Deus dinâmico que caminha com seu povo. Um Deus que não está instalado num local fixo apenas, mas que vai à frente no árido deserto apontando caminhos e acompanha a sorte de seu povo.


No 6º capítulo do segundo livro de Samuel, é narrado como a arca da Aliança fica três meses na casa de Obed-Edom e abençoa toda a sua casa. O rei Davi ao trazer também a arca para sua casa dança com todas as suas forças, com todo o entusiasmo, chegando a dizer a sua esposa Micol: foi diante do Senhor que dancei!


No Novo Testamento o Evangelho de Lucas traz a figura de Maria como a nova Arca da Aliança (Lc 1,39-45). Em sua visita a Isabel sua saudação faz a criança no ventre dela estremecer e ambas ficam cheias do Espírito Santo, repletas de entusiasmo. Maria leva a Isabel três dons: a alegria da salvação, o Cristo Jesus e o Espírito Santo. Diria que esses são também dons pascais cujos sinais da sua presença sejam manifestos por uma palavra: entusiasmo.


Diferente de empolgação, a palavra entusiasmo contém um significado densamente rico. Vem do grego “enthousiasmos” que significa ter Deus dentro de si, estar possuído por Deus, inspirado e animado por Ele. Esse foi o entusiasmo que tomou conta dos apóstolos pela experiência pascal da Ressurreição pela força do Espírito Santo.


O entusiasmo nos impulsiona para a missão. Nos leva a empreender coisas novas, a desbravar novos caminhos porque Ele está conosco, está dentro de nós como novas arcas. Maria, a Mãe do Senhor, a Arca da Aliança é modelo dessa experiência de graça e nossa intercessora. Ela nos indica que esse entusiasmo também atravessa sofrimentos, é fecundado de silêncios e abertura constante à graça.


Viver assim é viver pentecostes todos os dias, mesmo em meio às dificuldades e aos desafios. Pentecostes não se faz de espetáculos. Nos enganamos pensando que uma experiência pentecostal autêntica não carregue a marca da Cruz. É no cotidiano da vida que experimentamos pela força do Espírito que há uma força maior nos impulsionando a prosseguir, haja ou não plateia assistindo nossos fracassos e vitórias. Pentecostes é a presença ativa do Espírito em nossa humanidade.


 
 
 

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